26/09/2008 - EMPRESÁRIOS TIRAM DÚVIDAS DIRETAMENTE COM ÓRGÃOS PÚBLICOS

Representantes de órgãos públicos recebem donos de micro e pequenas empresas para explicar quais as demandas e como cada órgão licita suas compras; encontro acontece no Fomenta, em Brasília

Em 16 mesas redondas, representantes de órgãos públicos recebem, um por um, donos de micro e pequenas empresas para explicar o potencial de compra de cada órgão e como o empresário pode participar das respectivas licitações. Próximo à entrada da sala, cadeiras com mais empresários aguardam a chamada para a conversa pessoal. Quando sobra uma vaga, o organizador pergunta: alguém quer falar com o órgão tal? E normalmente tem alguém.

A cena acontece no Espaço Brasil 21, em Brasília. É um atendimento realizado pela primeira vez no País. Começou na quinta-feira (25) e vai até esta sexta-feira (26) dentro da programação do Encontro de Oportunidades para as Micro e Pequenas Empresas nas Compras Governamentais (Fomenta), promovido pelo Sebrae e o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão com outros parceiros.

O objetivo é exatamente este: colocar integrantes de órgãos públicos e empresários para conversar, esclarecer o potencial de compras públicas e dúvidas sobre os processos de licitação e, com isso, possibilitar maior participação das micro e pequenas empresas nas compras governamentais, conforme estabelece o capítulo V da Lei Geral da Micro e Pequena Empresa – a Lei Complementar 123/06.

Possibilidades

Dona de uma pequena empresa de distribuição de material de consumo em São Bernado do Campo, no ABC Paulista (SP), a empresária Cláudia Gomes mal acreditava que estava tirando dúvidas sobre como fornecer para o governo pessoalmente com representantes de órgãos públicos. Ela conta que há pouco tempo vem tendo experiências em pequenos fornecimentos para órgãos de governo, via pregão eletrônico, como para a empresa de saneamento básico de São Paulo (Sabesp) - que participa do encontro - mas nunca imaginou esse tipo de oportunidade.

"Já vendo para a Sabesp, mas nunca pensei que pudesse tirar dúvidas pessoalmente com um representante da empresa e que o atendimento tanto dela quanto do outros órgãos fosse tão bom", disse Cláudia. Ela manteve plantão e se reuniu com quase todos os órgãos participantes do encontro visando ampliar o leque de fornecimentos. "Há sempre possibilidades, pois forneço o que todo mundo compra, de material de limpeza e higiene como papel higiênico a café", explicou.

Na fonte

"Adorei! A aqui você vai fundo na informação, sabe detalhes direto da fonte", afirmou a dona de uma pequena confecção de uniformes em Recife (PE), Elizabete dos Santos, resumindo o resultado das reuniões pessoais que teve com integrantes de órgãos públicos que participam do encontro. Ao sair de um dos encontros, como com a Fiocruz, no qual vislumbra mercado para fornecimentos de peças como jalecos - ligou logo para o filho para confirmar se a empresa estava cadastrada no Sicaf, órgão que habilita as empresas a concorrer em licitações públicas federais.

Ela veio representando o sindicato do vestuário de Pernambuco (Sindvest) e já estava certa sobre órgãos com quem queria conversar: aqueles que mais utilizam uniformes como os Correios, Marinha do Brasil e Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). "Vim saber o que mais compram com que freqüência, volume de aquisições, se compram peças descasadas ou só conjuntos completos", exemplificou. A avaliação é de que as informações servem tanto para ações individuais das empresas quanto conjuntas. "Podemos nos juntar para atender à demanda", disse.

Elizabete conta que sua empresa já vem fornecendo para algumas prefeituras de Pernambuco, mas admite que empresas pequenas têm medo de fornecer para administrações municipais temendo atrasos no pagamento para ficar sem capital de giro e inviabilizar o negócio. Por isso o interesse principalmente pelo acesso às compras públicas federais porque, conforme se informou no encontro, além das amplas possibilidades de atendimento, "o governo federal paga em até 15 dias!"

Valores maiores

Gerente comercial da pequena empresa de mobiliário do pai, Bruno Felipe, de
Uberlândia (MG), disse que a empresa já vende para alguns órgãos públicos, mas
sempre em valores abaixo de R$ 50 mil. Agora quer ampliar mercado e os valores, por isso o interesse nas reuniões. "Quero saber o que compram, como funciona, procedimentos necessários", disse reforçando a importância de tirar as dúvidas pessoalmente.
Participam do encontro representantes de órgãos e empresas públicas com amplo poder de compra como DNIT, Fonas, FNDE, Fundação Oswaldo Cruz, Receita Federal do Brasil, Marinha do Brasil, Correios, Petrobrás, Itaipu Binacional, Banco do Brasil, Eletronorte, Sabesp além do Governo do Distrito Federal e o próprio Sebrae.

Dilma Tavares
Agência Sebrae de Notícia
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